Qualidade Vivida

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Porque gostar de Torta de blueberry...

Quero um Blueberry! Uma das falas do filme "O Beijo Roubado" que eu mais gostei foi quando Jude Law diz para Norah Jones que na vida, nem tudo tem explicação. No fim da noite algumas tortas acabam, mas a de blueberry permanece intacta. Ao que ela pergunta: - Qual é o problema da torta de blueberry?" Pois é... Pode não haver uma razão específica para ninguém querer a torta de blueberry; simplesmente, ninguém a quer até que alguém a descobre e deseja... E ela é deliciosa... No fim do filme, ele oferece a mesma diferente torta de blueberry e ela pergunta por que ele continua a oferece-la se as pessoas continuam sem desejá-la... Pois é... por prevenção, diz ele. "Você pode entrar, pedir uma fatia..."
Não é que ninguém não a deseje, ela só não é a preferida da maioria... E o que isso significa dizer? Talvez, apenas talvez, o fato de ser tão diferente das outras a torne especial apenas para poucos...
Estou acostumada a deixar o trem passar... Ele passa rápido, em alta velocidade... As fichas brancas são em maior quantidade, porque eu não consigo trocar de cor - zona de conforto... Morrer no lugar onde a vida parece ter começado pode ser a melhor solução - tentar fazer de outra maneira para quê?
Sigo com as colocações de "pano de fundo" do filme... Jogar todo o dinheiro e ainda envolver o outro no nosso risco é como comer uma torta cujo sabor não se conhece, mas vai que seja gostosa... Arriscar quando se tem para bancar o risco é como ler o rosto do outro: pode ser que eu saiba reconhecer os sinais de expressão que a vida me apresenta - caso eu esteja equivocada na minha leitura, eu acertei no fato de que ganhar o jogo é uma possibilidade, então... para eu ganhar, preciso perder... Tudo é como eu posso ver... E as chaves... Ah, as chaves... elas abrem portas tanto quanto as fecham... e daí que decidir entre manter a porta aberta ou fechá-la pode ser o mesmo que não tomar decisão alguma que me desloque, mesmo sabendo que a vida pode passar tão rápida quanto a velocidade do trem... Algumas pessoas preferem permanecer no mesmo lugar para serem encontradas, outras preferem atravessar a rua e ver o que tem do outro lado - é questão de referencial... ao atravessar a rua podemos encontrar o que procuramos... e, aquele momento do encontro pode não ser o oportuno... Neste caso, eu me retiro... pode ser que ao retornar ele ainda esteja lá... "Afinal, não é tão difícil atravessar a rua... tudo depende de quem está esperando do outro lado".