Qualidade Vivida

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O Tempo e a Vida

Tempo... Esqueceram de dizer pra esse cara que a Vida tem pressa...
As vezes eu acho que eles são namorados e que tudo entre eles corre como nas margens do rio - tão bem que mesmo podendo escapar a água segue seu rumo. Mas tem vezes que o Tempo e a Vida mais parecem dois estranhos que se estranham... Em mim, eles vivem em atrito! A Vida diz sempre que é pra agora e ele insiste em fazer as coisas do jeito dele...

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Desejo a sorte de um amor tranquilo

Aos 15 eu desejei amar mais do que a mim mesma; aos 20 eu desejei não amar ninguém além de mim mesma; aos 30 eu desejei amar para sempre o meu amor, para além de mim mesma; aos 46 eu desejei amar alguém como a mim mesma... Ai, um passarinho soprou assim: cuidado com os seus desejos, eles podem virar realidade... Aos 47 eu disse Amém à sorte de um amor tranquilo...

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Sobre a integridade do fim de uma relação

Uma separação deveria legitimar a integridade da relação afetiva, mas muitas vezes ela deflagra a falta de coragem de uma das partes. Algumas pessoas se escondem por trás da moral religiosa para justificar a covardia de ir à luta pelo novo amor. Ir à luta não é para qualquer um! Vale lembrar que quando temos filhos a melhor educação é sempre aquela em que somos o modelo - discurso coerente com a ação! A confiança é a base para qualquer relação, mas ela só é possível se existe primeiro em nós! Ninguém está livre de se apaixonar por outra pessoa, e quando isso acontece o melhor a ser feito é falar a verdade e deixar o tempo agir. Nem sempre o outro que chega é razão para delapidar a relação que existe. Portanto, cuidar de quem esteve ao nosso lado por muito tempo é sinônimo de força e caráter. E que atire a primeira pedra quem nunca se apaixonou por outra pessoa estando em uma relação longa. O sofrimento maior não está no outro ter se apaixonado por outro alguém, mas em expor para o mundo a relação clandestina. Ninguém é obrigado a viver ao lado de quem não ama mais! E isso precisa ser uma premissa. Aliás... Nunca, jamais, em tempo algum devemos fazer com o outro aquilo que não desejamos para nós.
Gosto de uma frase que o meu ex-marido sempre dizia quando discutíamos por alguma coisa: a grama do vizinho é sempre mais verdinha que a nossa até que descobrimos que a dele é artificial!
Para mim, a relação afetiva entre um casal é um presente divino e como tal precisa ser cuidado, respeitado e preservado.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Respirando...

Faltava oxigênio... Eu estava agonizando sem ar e diante de mim havia uma mata com muitas árvores (eu sempre brinquei ali) e cada uma com muito valor. Mas, eu não conseguia mais respirar... de que adiantava aquela natureza toda se meus pulmões se recusavam a funcionar? Uma única árvore, no meio de tantas, me faria encontrar comigo novamente, eu sabia disso... E sabia também que ela sempre esteve ali, por isso nunca fui para outra floresta - mesmo que negasse a sua existência. Quando meu corpo já não suportava mais um movimento, ali estava ela diante de mim. Por instantes achei que morreria aos seus pés! Pude deslumbrá-la durante um longo tempo - ela me fornecia um oxigênio diferente, sei lá... mais forte, mais puro... No foco da parte me perdi do todo! Todas as outras árvores deixaram de ter graça para mim. Parecia um milagre que acontecia lentamente... E foi nessa lentidão que me reencontrei respirando novamente. Um novo começo! Naquela árvore eu redescobri a floresta, identifiquei o milagre da beleza do conjunto, aprendi a respirar outra vez (de tantas)... Em algum lugar de mim já sabia que isso aconteceria... Eu sempre acreditei no poder da Natureza!



terça-feira, 6 de agosto de 2013

Sobre "Uma carta de Amor"

Uma carta de amor é um filme aparentemente simples, com um título piegas para alguns (tradução não literal de Message in a Bottle), que fala de três cartas jogadas ao mar, dentro de uma garrafa, cada uma delas. A primeira – e aquela que serve de alicerce para o drama – e a segunda cartas são escritas pelo personagem de Kevin Costner à Catherine, sua esposa. A última delas escrita pela Catherine e a que mais me emocionou.


O filme é lento - no tempo exato para causar em mim várias reflexões...

Quantas vezes nos entregamos aos pedidos do coração? Esse músculo tão sábio, que é capaz de comandar todo o sangue que circula pelo nosso corpo, precisa ser sutilmente identificado por todos os nossos sentidos... Minha mãe sempre me disse que eu precisava ser mais racional, agir mais com a “cabeça” e menos com o coração. Ela estava enganada! Eu sempre soube disso... Ensino as minhas filhas a serem guiadas pelo seu coração... Imaginem se ele falha?! O sangue não chega de forma adequada aos lugares que precisa chegar. Quando o cérebro não é irrigado adequadamente pelo sangue que o coração manda é sinal de colapso! Daí, comprometemos toda a nossa capacidade de racionalizar... O coração é a primeira parte do corpo que nos avisa quando estamos em perigo. Ele dispara a bombear o sangue, fazendo com que as extremidades sejam mais irrigadas, para que possamos, por exemplo, correr mais velozmente. Por conta do aumento do fluxo de sangue o nosso cérebro é capaz de entender que estamos em perigo e enviar mensagem às nossas pupilas, para que elas se dilatem e, assim, nos proporcionem um aumento no campo de visão... Como desprezar tudo isso?

A busca de Thereza pelo homem que enviou a carta na garrafa, é a busca de encontrarmos em nós a nossa capacidade de amarmos incondicionalmente, de acreditarmos que é possível o encontro com o outro!

Outra crença, comum na nossa sociedade hierárquica (que pena que ainda não vivemos nos sistemas de redes!), é a de que o amor só acontece uma vez – menos pior do que a crença platônica, por exemplo! Mas, sem querer banalizar o amor eu gosto de acreditar na possibilidade de que ele pode acontecer algumas vezes, ao longo da nossa existência! É a mensagem e a permissão que a esposa dá para ele seguir em frente, quando atira ao mar a última carta na garrafa... Ele, ao descobrir a existência dessa carta se lança com o seu veleiro, numa aventura pra lá de perigosa, mas que ele precisava viver para começar uma nova história...

Quando amamos, a vida ganha outro sentido e isso me faz descobrir que todo o resto adquire uma nova dimensão. Porém... é preciso ter cuidado! O cuidado Heideggeriano... aquele que nos protege... Não escolhemos a quem amamos – o amor é encontro e não escolha! Mas podemos escolher se esse amor é ou não bom para nós. Disso o nosso coração entende! E nos avisa... Como fez o coração do Garret (Kevin Costner) quando sentiu a forte presença de Thereza (Robin Wright) em sua vida.

Mas... nem tão simples assim e aprender a dar crédito aos sinais do coração demanda tempo e investimento afetivo! É preciso correr riscos... lançar-se ao mar... acreditar na nossa capacidade de amar tanto quanto na do outro que encontramos e, assim, torna-se possível desfrutarmos desse amor...

Um drama que merece ser visto com o coração...

Compartilho a 3ª carta, buscando ultrapassar os limites físicos, e penetrar no limite de expectativas, de confiança e lealdade...

“Para todos os navios do mar e todos os portos de abastecimento.
Para minha família e para todos os amigos e desconhecidos.
Isto é uma mensagem e uma oração.
A mensagem é que minhas viagens me ensinaram uma grande verdade.
Já tinha aquilo que todos procuram e que poucos encontram.
Aquela pessoa no mundo que nasci para amar para sempre.
Uma pessoa como eu.
Da zona de Onter Banks...
... do mistério do atlântico sul.
Uma pessoa rica em tesouros singelos que se faz aquilo que é...
Um porto que estou sempre em casa.
E não há vento ou sarilho, nem mesmo uma pequena morte, capaz de destruir esta fortaleza.
A Oração é a pedir que toda a gente encontre um amor assim e através dele, seja curado.
Se a minha oração for ouvida, toda a culpa será apagada e todos os remorsos e toda a raiva será extinta.
Por favor DEUS.
Amém!!!!!

domingo, 4 de agosto de 2013

Eu quero estar com você!

Os relacionamentos... Eles sempre me servem de inspiração! Mais do que falar sobre eles, bom mesmo é deixá-los acontecer... E eles acontecem, pode apostar! Não precisamos forçar a barra... Aliás, se forçarmos corremos o sério risco deles escaparem! Devemos acreditar na máxima de que "Pessoas ficam juntas porque querem"! E isso para mim é fato! Basta que as duas partes desejem a mesma coisa. Sempre existirão dúvidas e elas movem a relação. As certezas nos paralisam, embora uma única certeza seja necessária para que a relação se consuma: o amor - mas não a do amor dele, e sim a do que sentimos por ele. Não temos o poder de saber pelo outro... Que bom! Isso seria muito chato e tornaria qualquer relação previsível. Ser responsável pelo que sentimos já é coisa pra caramba. 
As relações hoje mudaram tanto... em especial, eu gosto dessa mudança. Mas precisamos ter muito cuidado para não deixarmos que elas se acomodem. Quando somos atentos aos nossos atos nos tornamos responsáveis por eles e isso colabora na saúde da relação. Primeira lição: não devemos impor ao outro o que cabe a nós! Ele gosta de você mas não é responsável pelo sucesso do namoro. Um namoro bacana depende 50% do movimento que cada um faz na direção do outro e juntos, os 50% somam 100%... "Amor não se cobra", mas se diz, se demonstra! Ou se ama ou não se ama - ninguém ama mais ou menos. Existe uma lenda que rodeia o imaginário dos enamorados que cobranças desgastam a relação; pode ser, depende de quais são e de como são feitas. Em minha opinião, carinho, atenção e afeto, por exemplo, podem ser checados se estiverem em déficit. Quando cuidamos da nossa convivência de par, e algo não está legal, podemos e devemos verificar o que está acontecendo de errado. A melhor maneira de fazer isso é falando de como estamos nos sentindo. Quando falamos de nós, do nosso sentimento, facilitamos o entendimento dele para a situação que está desconfortável para nós. Muitas vezes - e eu arrisco dizer que na maioria delas - estamos errados com relação ao sentimento do outro! Mal damos conta do nosso... É bom se apropriar do que você sente e trabalhar bastante a autoestima! Nada mais chato do que uma insegurança sem fundamento. O nosso maior problema é querermos corresponder à expectativa dele o tempo todo. É legal atender às expectativas do outro, mas não sempre, pois dessa forma corremos o risco de perdermos a admiração dele! Vale lembrar que se mudarmos para agrada-lo, é fato que o interesse dele acabará, pois a pessoa pela qual ele se apaixonou não era assim no início...
Ninguém controla ninguém - achar que a situação está sob controle é uma ilusão. A vida é completamente caótica para acharmos que temos o outro em nosso domínio. 
Ligue antes de dormir só para dar boa noite - mas se tiver certeza que ele está se preparando para dormir, do contrário você parecerá uma louca enciumada ! Ah! Em tempos de facebook os monstros voltam a assombrar e não deixe que as curtidas ou comentários das oportunistas de plantão atrapalhe a sua relação. Se ela existe e está saudável, aprenda a confiar! Afinal, é com você que ele está e é com você que ele se deita e faz amor! ;-)
Façam planos juntos! Mas se não derem certo, não se culpem por isso. Conversem sobre tudo, mas preservem a intimidade e o respeito. Lembre-se: vocês não são uma única pessoa. Não permita que o outro seja o seu senso de direção - tenha ideias próprias e se orgulhe delas! Surpreenda, agrade e diga "eu te amo" quantas fezes sentir vontade! Nenhuma relação acaba por isso, pode acreditar! Cuide, mas não esqueça que ele não é seu filho.
Durma na casa dele, mas lembre-se que é a casa dele e não a sua - respeitar o espaço do outro é a melhor lição para dizer a ele que o seu deve ser respeitado: princípio da empatia!
Bem, de resto... Ficar não é compromisso. Paixão nem sempre acaba em romance. Romance pode não virar namoro. Namoro pode não dar em casamento. Logo: cuidado com as expectativas - elas podem minar um encontro bacana!
E se o amor acabar, aceite. Por mais difícil que seja. A vida continua apesar dele...