Qualidade Vivida

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Sobre sonhos, trabalho e milagres...

"Que o teu orgulho e objetivo consistam em pôr no teu trabalho algo que se assemelhe a um milagre"

(Leonardo da Vinci)

Acordei com Leonardo da Vinci sussurrando no meu ouvido... Meus sonhos dessa madrugada revelaram minha alma... nem sei se seria possível alguém viver tudo o que vivi no sonho; mas, quase que invariavelmente, meus sonhos, atuais, são profundamente curiosos... viajo por lugares que talvez não existam, invento pessoas que nunca vi, crio realidades absurdas para realizar alguma coisa que me é muito querida, mas devo confessar que eles têm um componente de repetição que é adorável: a realização. Leitura do meu sonho de hoje, compartilhada com vocês a partir da frase que acordou junto comigo...
E o que é a perfeição senão a expressão mais profunda de algo que faço de melhor... Aquilo que nos coloca diante de nós mesmos como se fosse extensão nossa só pode ser entendido como algo perfeito. Colocar o nosso melhor dentro do lugar onde garantimos o alimento que entra na nossa casa e sustenta nossos filhos é sinal de sabedoria. Um campo verde, uma toalha xadrez, frutas, torradas, copos, guardanapos e tudo sob a proteção de uma gigantesca árvore frutífera não pode ser sinal de infortúnio... ao contrário... o cenário parece traduzir o milagre que se dá em mim diante da minha história - aqui e agora! Um milagre é como apontar uma lanterna acesa para o sol... luz na luz... tudo é tão claro, tão evidente que não pode ser visto de forma obvia... qual é a luz mais clara quando as duas estão apontadas uma para outra? A da lanterna ou a do sol? É isso, a grama verde que recebe o alimento saudável, sob a proteção da sombra da árvore nos afirma que estamos no caminho certo... mas o que é caminho certo? E eu continuo no simbolismo do sonho... quais são as pessoas que estão lá? quem sentou-se comigo para desfrutar daquele momento? o que tinha em volta? Como foi o dia anterior ao sonho? O movimento do inconsciente durante o sonho nos traduz o que precisamos saber... Um lugar calmo, sem ninguém exceto eu e o outro que embora esteja ao meu lado, só vejo os pés. Ele está sentado comigo desfrutando daquele momento, mas só vejo os pés... Os nossos pés, de modo geral, são o que nos promovem deslocamento... por onde eu ando? Com quem eu ando? Como eu ando? De um momento para outro este mesmo cenário está repleto de gente (não identifico quase ninguém),
a grama verdinha cede lugar a piso de cimento, por onde as pessoas passam, param, conversam, riem... e o chão... o sentido de chão... lugar que dá base, que aguenta o peso... chão de grama verde - natureza, prosperidade, acolhimento... chão de cimento - sustentação, força, aquele que aguenta muita coisa... essa mistura de todos e de ninguém... de muitos e de poucos... a mistura... o encontro... a certeza de estar no lugar certo, fazendo o que se pode fazer, sem esforço - ao contrário... com desfrute... sim, Da Vinci tinha razão... o meu trabalho é o meu maior milagre, depois das minhas filhas, que simbolizam a minha eternidade, na eternidade atemporal do tempo...

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Pensando sobre a Teoria da Janela Quebrada

Dias desses reli a teoria das "Janelas Partidas", graças a um amigo que a enviou-me por e-mail. Estudei essa teoria faz tempo, em bancos acadêmicos e por incrível que pareça não como aluna, mas como docente, por ocasião de uma disciplina que caíra em minhas mãos...
Vamos ao que interessa...
Algumas vezes, quando vejo uma janela com vidro partido logo me reporto à Teoria, e me pergunto: o que seguirá depois disso? A deterioração de algo começa quando desistimos dele. Isso cabe para qualquer assunto: coisas, pessoas, sentimentos...
E... me peguei pensando sobre uma das crenças que tenho de que não somos responsáveis senão pelos nossos atos. Eis a epígrafe dos meus discursos: "O cuidado do outro passa primeiro pelo cuidado de si".
Isso cabe para pensarmos no cuidado que temos de nós no sentido macro: saúde, educação, lar, amigos, lazer...
Elaborei cinco itens para que possamos pensar melhor nas janelas partidas de nossa existência e, assim, possamos consertá-las quando for o caso ou trocá-las definitivamente, evitando remendos desnecessários ou invasões que roubam nossa vida - vale lembrar que só fazem conosco aquilo que permitimos. Ao que segue:

  1. Cuidar do corpo enquanto a nossa ética! O nosso corpo é a morada da nossa existência. Precisamos tomar consciência disso e criar um sistema moral capaz de torná-lo produtivo, acolhedor, atraente e forte. Assim, teremos a oportunidade de sabe-lo frágil e respeitá-lo quando se fizer necessário. Toda e qualquer regra só pode ser ultrapassada legitimamente quando o limite estiver apresentado. Do contrário, é "sorte" e não conhecimento.
  2. Cuidar da casa enquanto a nossa moral! A casa que habitamos é o lugar onde nos sentimos mais protegidos; portanto deve ser o lugar mais acolhedor para nós.  Quando descuidamos dele para cuidarmos mais de outra coisa ficamos vulneráreis às adversidades próprias da vida. A nossa casa não precisa (e nem deve) ser como as das capas de revistas, ela precisa apenas conter os valores que julgamos ser importantes para um retorno agradável e que sustente a nossa alma depois de um dia de trabalho, por exemplo. Quando a nossa casa é habitada por outras pessoas além de nós, é fundamental que se reconheça uma hierarquia e a respeite (bom lembrar que o respeito passa pelo diálogo e entendimento da situação, do contrário é imposição de valor/regra/ação e isso não é saudável. Somos seres dotados de razão, que é a capacidade de transformação da realidade; devemos usá-la conforme o seu conceito - diálogo, sempre, por mais exaustivo que ele possa ser, a menos que o outro esteja fora da sua condição de racionalidade - é humano, inclusive). Algumas pessoas, em alguns momentos, têm essa morada compartilhada em pé de igualdade (quando dividem apartamentos com amigos: seja para morar fora do país, seja para estudar próximo à universidade, seja para simplesmente morar com amigos, independente da situação que se imponha, seja para a criação de uma autonomia); em todos os casos as regras precisam ser claras e bem distribuídas para que a convivência seja harmônica e agradável. É muito ruim quando nos sentimos "explorados" em relação a uma atividade/situação qualquer. Se podemos evitar, por que não? Toda a convivência demanda a criação de regras claras e possíveis de serem cumpridas. 
  3.  Cuidar do trabalho enquanto o provedor, ainda que ele não o seja, naquele momento. Devemos encarar a nossa atividade profissional como aquela que tornará possível a sustentação das nossas necessidades físicas (na saúde, na educação, na moradia, no lazer). Quando sabemos o que é importante para nós, fica mais simples de buscá-lo, ainda que esse simples não seja propriamente fácil de se alcançar. O que não podemos é desistir de buscar a nossa meta profissional e saber reconhece-la como aquela que tornará possível a realização dos nossos sonhos - sejam eles quais forem!
  4. Cuidar do entorno enquanto necessidade de existência política. O termo política nasceu de polis (cidade). Toda a cidade precisa de ações que tornem possíveis a convivência social, moral, de saúde pública, de educação, de habitação... Um entorno agradável gera pessoas melhores no convívio diário... Palavras como competência (principalmente o reconhecimento desta), alegria, esperança, cuidado, força, fé, "eu te acolho", "eu te amo" devem fazer parte dessa estrutura.
  5. Cuidar do par enquanto coisa nenhuma - o amor não têm uma finalidade, ele é a própria finalidade! Aqui, o cuidado é absoluta e irrestritamente singular a cada casal! Cada um deve saber o que é bom para a manutenção daquele afeto! A sua permanência só deve existir enquanto houver reciprocidade de respeito, admiração e amizade sustentados sobre o AMOR (alicerce). O casal que mantém essa tríade vai longe!
Sintetizando: cuidar de si, da sua casa, do seu trabalho, do seu entorno e do seu par são o princípio para a promoção de uma vida sem janelas quebradas, logo, sem invasões! ;-)

Crédito da imagem: http://www.photoshopcreative.com.br/mostratrabalho/galeria-57429.html

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

As raízes do mundo virtual na química cerebral

Dopamina é um neurotransmissor que está envolvido no controle de movimentos, aprendizado, humor, emoções, cognição, sono e memória. Ela é a precursora natural da adrenalina, por exemplo, que age como estimulante do sistema nervoso central. [1]

Quando estamos no facebook ou jogando videogame sentimos um prazer que libera esse neurotransmissor em excesso, conforme afirma a neurocientista Susan Greenfield. 

Qual é o papel que a dopamina exerce no nosso cérebro? Ela participa do sistema de recompensas. E ela é liberada quando comemos chocolate, quando fazemos sexo... Cada vez que a criança muda de fase no videogame, por exemplo, ela experimenta uma satisfação dessa mesma natureza, liberando mais e mais dopamina.

"A interatividade estimula o cérebro a produzi-la em demasia. Isso é um problema. O excesso desse neurotransmissor afeta diretamente o córtex pré-frontal, região do cérebro que é a sede da consciência, em que a pessoa processa o conceito que faz de si mesma e as noções de tempo e de espaço" (Dra. Susan Greenfield, em entrevista concedida à revista Veja, em edição publicada em 9 de janeiro de 2013)

O que fazer? Como tudo na vida, devemos ter equilíbrio ao usar as redes sociais e incentivar que nossos filhos usem o videogame ou as redes sociais com prudência e tempo previamente acordado entre ambos. Quando a criança mergulha no universo virtual - que é deveras atraente - ela se ausenta da realidade aqui e agora e é essa ausência em demasia que prejudica. 

O que acontece quando privamos a criança de ouvir histórias ou não a incentivamos a ler? 
A história tem um contexto de vida, proporciona a criação de vínculos e empatia com os personagens, estimula a criatividade. Geralmente, as histórias têm os aspectos morais que podem e devem ser discutidos com o outro. Os games apresentam objetivos práticos como vencer ou perder sem importar o contexto que envolve a situação. 

Qualquer coisa pode ser muito legal ou muito nociva para a construção dos nossos valores, e se é bom ou mau vai depender de como conduzimos a nossa vida. Convívios face a face não podem ser trocados pelo universo virtual. Criança precisa correr, praticar esporte, conviver com outras crianças da IDADE DELA, beijar de verdade, abraçar, sentir o contato humano, ter experiências de convívio com animais!  Aliás... Todos nós precisamos, não apenas a criança! Seu filho passa mais de três horas logado? Sinal amarelo! Fique atenta(o)...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Essa tal felicidade facebookiana


Coluninha mais sacana a do Joaquim Ferreira, no jornal "O Globo" de hoje... E não é que dá pra pensar sobre o conceito de felicidade que estamos veiculando por aqui?! Se o cara é ou não frustrado, se ele tem ou não uma vida que não merece ser compartilhada, se ele vive a vida dele para julgar a dos outros isso realmente é o que menos me interessa. O que me fisgou foi pensar na minha! E a partir do que ele colocou. Isso sim eu acho bacana quando leio uma coluna qualquer... Quando ela é bem escrita pode apostar que vai fisgar o leitor de alguma forma! E eu fui atraída pelo título: "Felicidade Facebook"! Assim como o funk não pode ser tratado como moda ou onda de época - hoje é reconhecido como gênero musical - o facebook também não. Todo modismo tem um tempo útil de existência ou não seria modismo. O tal dos dois anos de efervescência vigoram para qualquer paixão. Com prazo de validade vencido para o quesito "modismo", o facebook pode ser tratado como um veículo de informação que é inclusive uma rede social. Uau! O que fazer com isso? Aliás... o que eu estou fazendo com isso? Usando para exibir a minha vida privada aos meus "amigos" de plantão virtual ou como uma ferramenta potente de rede social - mas a tal da rede que Deleuze propaga, do tipo rizoma, onde não se segue propriamente uma linha hierárquica incidindo sobre um elemento, mas qualquer elemento pode afetar outro elemento. 
O Facebook pode viciar como uma droga química porque ele age direto no sistema nervoso central, quando mexe com as nossas alegrias e tristezas, nossos desejos, estimulando, inclusive, a nossa libido, alterando o nosso comportamento diante da realidade. Há que se discutir sobre o conceito de realidade... 
Pois é Sr. Joaquim Ferreira dos Santos, gostei do que li! E por isso, publico!


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Em cada passo deixo de mim o que carrego comigo. 
Minha identidade se constrói pelo caminho... 
Não sou sombra dos meus passos, mas dos seus pensamentos mais ilustres!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Admiração


 
A admiração é uma das responsáveis pela manutenção do amor, embora nem sempre seja pelo seu nascimento. Entretanto, sem ela o amor perece até a morte! É preciso admirar a pessoa que está ao seu lado para que o amor que os une se perpetue. Quanto mais admiração, mais encantamento. O melhor caminho é o investimento diário em si. O amor próprio nos torna atraentes diante do outro porque fortalece a autoestima. Uma pessoa com baixa autoestima fica vulnerável à inveja e se perde dela mesma, posto que fica ocupada com a vida do outro, que ela acha mais interessante que a sua. É bom lembrar que não existe o pior ou o melhor que nós, exceto de nós. Toda comparação é injusta porque imputa valores que não nos pertencem.
Aproveite o feriado do carnaval e dedique todo o seu tempo a você! Perfume-se, alimente-se adequadamente, sinta prazer nos detalhes, olhe-se com carinho no espelho, enfeite-se sem medo do ridículo e converse, converse muito com você mesmo! Acolha-se, proteja-se sexual e afetivamente (use camisinha se o seu par não for exclusivo) e desfrute de cada segundo com toda a sua potência! Excelente carnaval aos meus leitores e amigos...

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Verbo CATIVAR

Verbo CATIVAR... Acho esse verbo muito interessante. Ele é sedutor! Somos atraídos por ele e quando ele consegue nos capturar, já era! Estamos presos a ele. É preciso que o cativante dê água e comida para que o cativado continue vivo, em cativeiro. Não! Eu não quero ser responsável por quem eu cativo porque eu não pretendo aprisionar ninguém a mim. Meu coração não é prisão e nele quem entra pode sair se desejar... A liberdade é princípio, meio e fim para a minha existência! Se existe um termo que me aprisiona, este é a liberdade... Estou condenada apenas a ela!

Vacina contra o vírus do amor não correspondido

Feridas... Como passar pela vida sem marcas?
Sempre me perguntei por que precisamos sofrer por amor? Seria tão simples se amássemos a quem nos ama!
Mas não... precisamos levar tombos, machucar o coração para curar a alma. Para quê?
Pois é... Para amadurecer, para criar resistência - é a vacina contra a doença que acomete ao amor. Ela deve ser tomada assim que o coração dispara de forma diferente por alguém. E a quantidade de vezes que vamos usá-la é por conta das necessidades de cada um. Têm corações espertos: aprendem rápido, dose única já funciona. Mas na maioria dos casos os corações precisam dessa vacina ao longo da vida... E em cada aplicação, o vírus do amor não correspondido entra com menos frequência, até que o coração fica imune e aprende a amar, definitivamente. A vacina é absolutamente necessária à espécie humana: estamos todos sujeitos à epidemias do amor não correspondido, e a única forma de ficar imune é estarmos distraídos para que o amor apareça. Por uma única razão: para o amor a cura é o próprio amor!.