Qualidade Vivida

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Caminhos e Escolhas

O meu convite é que vocês leiam o texto com o fundo musical... Eis a minha homenagem pelo belíssimo ano de 2013!
Dedico este texto ao meu facilitador de Biodanza: Bruno Martins, representando os meus amigos que dançaram a Vida junto comigo...

Dois monges caminhavam em direção ao pico de uma montanha, em silêncio e reclusão, quando presenciaram o afogamento de uma bela jovem. Um deles, imediatamente, atirou-se no lago e pegou a moça em seus braços e salvou a sua vida, deixando-a deitada na grama. Os dois, depois disso, seguiram o seu caminho até o topo da montanha para cumprirem com a tarefa que lhes era destinada. Os anos se passaram e um dos monges falou ao outro que salvou a vida da jovem: 
- Monge, não posso deixar de alerta-lhe quanto ao nosso mandamento quando saímos em retiro: lembra-se do dia em que salvou a jovem de afogamento, quando estávamos caminhando para a purificação de nossas almas? Pois bem, não deverias ter feito aquilo. Uma das exigências para a purificação é não termos contato com nenhum outro corpo exceto o nosso e você tocou o corpo daquela linda jovem. 
- Querido Monge, eu a deixei deitada naquela grama naquele instante do salvamento e você a carrega consigo até hoje.

Quando deixamos de ralizar algo que é muito importante para nós, por questões morais - sejam elas quais forem - carregamos conosco o desejo, como se ele aprisionasse a nossa alma. Precisamos viver eticamente todos os nossos valores e confiarmos mais na nossa intuição. As nossas escolhas são frutos dos encontros que temos. Estamos sempre, e invariavelmente, escolhendo sobre isso ou aquilo e ao decidirmos deixamos de fora uma infinidade de outros desejos - muitas vezes tão ou mais importantes que os escolhidos. 
O tempo cronológico é uma marcação humana, que nos apresenta como seres históricos. Aproveitemos essa marcação e façamos da virada de mais um ano uma homenagem às nossas escolhas - todas! Não erramos. Ainda que tenhamos a sensação de que escolhemos mal, escolhemos bem, pois elas foram frutos das nossas possibilidades naquele momento e foram estas possibilidades que nos trouxeram do jeito que estamos, até aqui! Devemos agredecer muito a nós mesmos por isso... 
Estas escolhas que fizemos podem e devem ser repensadas para 2014 e assim, que possamos avaliá-las nas nossas vidas. A partir das conclusões que chegarmos, partimos em direção aos novos percursos, com novas possibilidades, mas com mais sabedoria em nosso coração. 
Gosto de lembrar que, quase sempre, a beleza da vida está na superfície, bem diante de nossos olhos, bem ao alcance de nossas mãos. Que este ano que entra possamos estar mais inteiros no aqui e agora, na superfície da terra que nos sustenta, e que as raízes possam fincar-se apenas no solo que for fértil para a nossa estada - é bom partirmos, mas é melhor ainda podermos voltar para casa! E, por todos os caminhos que percorrermos, deixemos nossa melhor semente para que aquela terra, de alguma forma possa semear o que há de bom em nós. 
Obrigada a todos que estiveram comigo radicalmente (filhas, pais, irmãos, cunhada, sobrinhos e amigos mais íntimos)... Obrigada a todos que estiveram comigo na superfície e me proporcionaram transformações e alegrias, tristezas e aprendizados... Obrigada a todos que estiveram comigo semeando possibilidades diferentes!
Dou graças a Vida por cada instante que vivi até aqui! Que o Natal seja como deve ser: feliz e de confraternizações e que 2014 seja uma porta aberta para o Mar, apontando em direção ao infinito...
Cláudia Barbeito

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