Qualidade Vivida

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Eu, comigo

Eu sinto uma necessidade enorme de ficar sozinha!
Algumas pessoas que compartilham da minha intimidade dizem que essa necessidade é exacerbada, mas para mim, quando eu posso desfrutar desse raro momento, ele é sempre na medida certa!
Nós somos seres de dependência afetiva em todas as instâncias que o termo abrange! Mas eu confesso que, algumas vezes, eu sinto uma enorme falta de mim. E essa falta me faz perceber o quanto eu sou dependente de mim (inclusive)!
Chegar em casa e não encontrar ninguém - mas ninguém mesmo - e perceber que eu posso colocar a música que eu quiser, só para eu ouvir; que eu vou preparar a comida do jeito que eu gosto, com todos os temperos e pimenta e ainda a servirei em uma mesa só para mim; beberei aquele vinho e darei as gargalhadas bem altas, sem ter quem me chame a atenção; largar tudo pra lá e me jogar no tapete da sala, e ali mesmo adormecer, sem correr o risco de alguém me acordar no meio da madrugada para me colocar para cama; assistir aquela série idiota que só eu sou capaz de assistir, sem ter alguém para me recriminar e me lembrar do quanto aquela série só é assistida por idiotas; dançar em frente ao espelho; cantar a minha música preferida no chuveiro, em voz alta; perfumar o banheiro com o meu cheiro (só meu)... Tudo isso é tão necessário em minha vida... Mas tão necessário quanto acordar e descobrir que existem outras pessoas que participam dela e que logo voltarão para a minha realidade (que deixará de ser minha e passará a ser nossa), bagunçando o meu status quo e me devolvendo a deliciosa irritação da convivência!
A vida, para mim, tem que ser uma mistura de tudo... de mim, do outro, de nós... 
E esse ano eu consegui fazer as pessoas entenderem que o fato de eu gostar tanto de ficar sozinha, é porque eu sou tão legal a ponto de ninguém querer deixar de ficar sem a minha companhia... E poder desfrutar disso, nesse Natal, parece um sonho!
Acho que Papai Noel leu a minha cartinha...

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