Qualidade Vivida

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Cúmulo da coincidência

Todo o amor que vivo é o maior, o melhor, o mais intenso, aquele que jamais me imagino sem... até que ele acaba... Não existe O melhor amor, O maior amor, O amor insuperável. Quando atribuímos esse rótulo ao amor vigente desqualificamos todos os amores que vivemos e que nos trouxeram até aqui... Cada experiência de vida é única e deve ser vivida em sua plenitude, sem comparações!
Eu estava no metrô, sem meu livro escudeiro (troquei de bolsa). Minha distração foi prestar atenção na conversa de duas amigas que estavam atrás de mim. Elas falavam sem cerimônia, portanto, não me senti invasora da conversa alheia. E o melhor... Me fez refletir sobre as minhas relações! 
Uma delas - tinha em torno de 40 anos - falava com entusiasmo sobre o atual namorado. Até aí tudo normal. É comum sentirmos entusiasmo no início da relação e ficarmos propagando aos sete cantos esse amor - bem coisa de mulher! "Ele é lindo! O mais inteligente, o mais sensível, o mais bonito, o mais... o mais... o mais... Imaginei: o cara é o 'pica das galáxias'! Até que a amiga deixa escapar o nome do 'docinho' (era assim que ela se referia a ele). Putz... não pode ser... é muita coincidência! Mas um nome como o dele não é tão comum assim... Sim! Eu conheço a figura! E não... ele não é tudo aquilo, passa longe de ser o que aquela moça falava! Daí, eu me dei conta, que era assim para mim, não para ela... E, assim é para quem está apaixonado! Mas... o pior está por vir... Eu também conheço o ex dela... Conforme ela ia falando, a amiga ia entregando... tensa a parada! Lembrei do cara falando dela (que eu nunca tive o privilégio de conhecer), e isso tem pouco menos de 7 meses! Na ocasião, eles estavam apaixonados! E falavam até em casamento... Hilário... mas minha vontade (completamente reprimida, evidente) era entrar na conversa e defender o ex da moça! Era um tal de 'com o fulano isso não rolava, o ciclano faz isso por mim, mas o fulano era um sem noção'... Isso aqui tá bem reduzido - usei toda a minha capacidade de síntese para não cair na tentação de falar demais e acabar entregando as duas figuras!
Ao que interessa... Todo amor é amor do que se tem naquele momento. Comparar relações afetivas não é okay (não para mim!). A intensidade do amor deve ser mais do que suficiente para legitimar a relação e torná-la prazerosa - para quê comparações? Lógico que a pessoa que está ao nosso lado, naquele momento, é a melhor pessoa, para nós, do planeta! Do contrário, ela não estaria ali - ou pelo menos, não deveria estar! 
Essa questão me reportou a outra: Se a pessoa que está ao nosso lado não é a que gostaríamos que estivesse, se liga! Liberte o coração - o seu e o do outro! Nada pior do que nutrirmos uma esperança naquele que não tem mais a menor chance de continuar o caminho ao nosso lado... 
Tenho uma amiga - muito Cristã, diga-se de passagem - que sempre me diz que quando Papai do Céu nos dá a oportunidade de vivermos algo que desperdiçamos voltamos para o fim da fila, e essa fila é bem longa... Portanto, devemos à vida aproveitar as oportunidades que ela nos apresenta e honrá-las como gostaríamos que nós fossemos honrados! 
Não existe O melhor amor, gente boa! Existe o melhor amor daquele momento! E tão bom será se esse momento for até que a morte nos separe, porque se não for, que triste ficar na égide de um amor que não é mais nosso... Afinal, amar é o melhor presente que a vida nos concedeu! Que sejam lindos, todos os nossos amores, e os melhores de todos os instantes que se sucederem... Qualificar cada amor que passa pela nossa vida é qualificar a nossa capacidade de dar e receber amor! Regra básica: façamos com o outro o que gostaríamos que fizessem conosco... 
P.S.: Não curti saber que conheço os dois...
P.S.2: Muito cuidado com conversas em locais públicos... expomos pessoas, desnecessariamente!
P.S.3: O mundo é redondo (e sem essa de "jura?, eu não sabia!!, tá valendo o reforço, sem piadinhas)... Podemos nos encontrar novamente, em qualquer curva do caminho...

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