Qualidade Vivida

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Retorno ao lar... Para os meus pais!

É sempre adorável receber meus pais em minha casa, principalmente porque sei que é apenas uma visita!
Lei da natureza... Meus pais receberam os filhos, deram-nos seus valores, disponibilizaram suas crenças, nos amaram incondicionalmente (e continuam amando) e, a melhor parte: prepararam-nos para sair de "casa" em busca da construção de nossas próprias éticas...
Eu e meus irmãos fomos em direção ao caminho que desejamos percorrer - quando a educação é bem construída, geralmente o solo que sustenta esse percurso é fértil! Nós construímos nossas éticas e demos início ao roteiro que nossos pais começaram para nós. Bom mesmo é quando conseguimos identificar quais valores são bacanas para comporem a nossa morada. Ao identificá-los, podemos jogar fora os que não nos pertencem mais, adaptar aqueles que podem ser aproveitados dentro do contexto atual e incorporar os que fazem parte da nossa identidade, traduzindo o nosso comportamento de maneira agradável. Os pais erram, mas também acertam  bastante e o saldo, quando a educação está construída nas bases do amor, do carinho e do respeito, é sempre positivo.  
Hoje, cada um visita o outro e depois retornamos para nossas casas, com os nossos hábitos e com os valores que desejamos e acreditamos. Voltar ao lar é sempre revigorante para qualquer pessoa! 
Observo meus pais olhando com olhos de admiração profunda quando minhas filhas estão conversando sobre um tema qualquer e riem uma com a outra. Observo o olhar de ternura quando elas lhes aplicam a famosa massagem nos pés que eles tanto amam. Observo o olhar de amor deles quando elas estão sentadas à mesa, cobrindo-os de atenção e carinho. Mas, observo o olhar de reprovação quando elas chegam na madrugada, quando elas não dormem em casa ou mesmo quando elas não fazem algo que eles esperavam que elas fizessem. Nessa hora, sinto neles, em mim e nelas o quanto é importante que cada um retorne a sua morada. E sempre após uma estada de meus pais em minha casa eu repito a mesma passagem de Shakespeare, onde diz que depois de um tempo a gente aprende muitas coisas... e entre essas tantas coisas, a gente "aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás". E, assim, cada ida e vinda dos meus pais é sempre motivo para curti-los do jeitinho que eles são, respeitando-os em suas diferenças e sugando dos seus afetos. 

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