Qualidade Vivida

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Pensando sobre a Teoria da Janela Quebrada

Dias desses reli a teoria das "Janelas Partidas", graças a um amigo que a enviou-me por e-mail. Estudei essa teoria faz tempo, em bancos acadêmicos e por incrível que pareça não como aluna, mas como docente, por ocasião de uma disciplina que caíra em minhas mãos...
Vamos ao que interessa...
Algumas vezes, quando vejo uma janela com vidro partido logo me reporto à Teoria, e me pergunto: o que seguirá depois disso? A deterioração de algo começa quando desistimos dele. Isso cabe para qualquer assunto: coisas, pessoas, sentimentos...
E... me peguei pensando sobre uma das crenças que tenho de que não somos responsáveis senão pelos nossos atos. Eis a epígrafe dos meus discursos: "O cuidado do outro passa primeiro pelo cuidado de si".
Isso cabe para pensarmos no cuidado que temos de nós no sentido macro: saúde, educação, lar, amigos, lazer...
Elaborei cinco itens para que possamos pensar melhor nas janelas partidas de nossa existência e, assim, possamos consertá-las quando for o caso ou trocá-las definitivamente, evitando remendos desnecessários ou invasões que roubam nossa vida - vale lembrar que só fazem conosco aquilo que permitimos. Ao que segue:

  1. Cuidar do corpo enquanto a nossa ética! O nosso corpo é a morada da nossa existência. Precisamos tomar consciência disso e criar um sistema moral capaz de torná-lo produtivo, acolhedor, atraente e forte. Assim, teremos a oportunidade de sabe-lo frágil e respeitá-lo quando se fizer necessário. Toda e qualquer regra só pode ser ultrapassada legitimamente quando o limite estiver apresentado. Do contrário, é "sorte" e não conhecimento.
  2. Cuidar da casa enquanto a nossa moral! A casa que habitamos é o lugar onde nos sentimos mais protegidos; portanto deve ser o lugar mais acolhedor para nós.  Quando descuidamos dele para cuidarmos mais de outra coisa ficamos vulneráreis às adversidades próprias da vida. A nossa casa não precisa (e nem deve) ser como as das capas de revistas, ela precisa apenas conter os valores que julgamos ser importantes para um retorno agradável e que sustente a nossa alma depois de um dia de trabalho, por exemplo. Quando a nossa casa é habitada por outras pessoas além de nós, é fundamental que se reconheça uma hierarquia e a respeite (bom lembrar que o respeito passa pelo diálogo e entendimento da situação, do contrário é imposição de valor/regra/ação e isso não é saudável. Somos seres dotados de razão, que é a capacidade de transformação da realidade; devemos usá-la conforme o seu conceito - diálogo, sempre, por mais exaustivo que ele possa ser, a menos que o outro esteja fora da sua condição de racionalidade - é humano, inclusive). Algumas pessoas, em alguns momentos, têm essa morada compartilhada em pé de igualdade (quando dividem apartamentos com amigos: seja para morar fora do país, seja para estudar próximo à universidade, seja para simplesmente morar com amigos, independente da situação que se imponha, seja para a criação de uma autonomia); em todos os casos as regras precisam ser claras e bem distribuídas para que a convivência seja harmônica e agradável. É muito ruim quando nos sentimos "explorados" em relação a uma atividade/situação qualquer. Se podemos evitar, por que não? Toda a convivência demanda a criação de regras claras e possíveis de serem cumpridas. 
  3.  Cuidar do trabalho enquanto o provedor, ainda que ele não o seja, naquele momento. Devemos encarar a nossa atividade profissional como aquela que tornará possível a sustentação das nossas necessidades físicas (na saúde, na educação, na moradia, no lazer). Quando sabemos o que é importante para nós, fica mais simples de buscá-lo, ainda que esse simples não seja propriamente fácil de se alcançar. O que não podemos é desistir de buscar a nossa meta profissional e saber reconhece-la como aquela que tornará possível a realização dos nossos sonhos - sejam eles quais forem!
  4. Cuidar do entorno enquanto necessidade de existência política. O termo política nasceu de polis (cidade). Toda a cidade precisa de ações que tornem possíveis a convivência social, moral, de saúde pública, de educação, de habitação... Um entorno agradável gera pessoas melhores no convívio diário... Palavras como competência (principalmente o reconhecimento desta), alegria, esperança, cuidado, força, fé, "eu te acolho", "eu te amo" devem fazer parte dessa estrutura.
  5. Cuidar do par enquanto coisa nenhuma - o amor não têm uma finalidade, ele é a própria finalidade! Aqui, o cuidado é absoluta e irrestritamente singular a cada casal! Cada um deve saber o que é bom para a manutenção daquele afeto! A sua permanência só deve existir enquanto houver reciprocidade de respeito, admiração e amizade sustentados sobre o AMOR (alicerce). O casal que mantém essa tríade vai longe!
Sintetizando: cuidar de si, da sua casa, do seu trabalho, do seu entorno e do seu par são o princípio para a promoção de uma vida sem janelas quebradas, logo, sem invasões! ;-)

Crédito da imagem: http://www.photoshopcreative.com.br/mostratrabalho/galeria-57429.html

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