Vamos ao que interessa...
Algumas vezes, quando vejo uma janela com vidro partido logo me reporto à Teoria, e me pergunto: o que seguirá depois disso? A deterioração de algo começa quando desistimos dele. Isso cabe para qualquer assunto: coisas, pessoas, sentimentos...
E... me peguei pensando sobre uma das crenças que tenho de que não somos responsáveis senão pelos nossos atos. Eis a epígrafe dos meus discursos: "O cuidado do outro passa primeiro pelo cuidado de si".
Isso cabe para pensarmos no cuidado que temos de nós no sentido macro: saúde, educação, lar, amigos, lazer...
Elaborei cinco itens para que possamos pensar melhor nas janelas partidas de nossa existência e, assim, possamos consertá-las quando for o caso ou trocá-las definitivamente, evitando remendos desnecessários ou invasões que roubam nossa vida - vale lembrar que só fazem conosco aquilo que permitimos. Ao que segue:
- Cuidar do corpo enquanto a nossa ética! O nosso corpo é a morada da nossa existência. Precisamos tomar consciência disso e criar um sistema moral capaz de torná-lo produtivo, acolhedor, atraente e forte. Assim, teremos a oportunidade de sabe-lo frágil e respeitá-lo quando se fizer necessário. Toda e qualquer regra só pode ser ultrapassada legitimamente quando o limite estiver apresentado. Do contrário, é "sorte" e não conhecimento.
- Cuidar da casa enquanto a nossa moral! A casa que habitamos é o lugar onde nos sentimos mais protegidos; portanto deve ser o lugar mais acolhedor para nós. Quando descuidamos dele para cuidarmos mais de outra coisa ficamos vulneráreis às adversidades próprias da vida. A nossa casa não precisa (e nem deve) ser como as das capas de revistas, ela precisa apenas conter os valores que julgamos ser importantes para um retorno agradável e que sustente a nossa alma depois de um dia de trabalho, por exemplo. Quando a nossa casa é habitada por outras pessoas além de nós, é fundamental que se reconheça uma hierarquia e a respeite (bom lembrar que o respeito passa pelo diálogo e entendimento da situação, do contrário é imposição de valor/regra/ação e isso não é saudável. Somos seres dotados de razão, que é a capacidade de transformação da realidade; devemos usá-la conforme o seu conceito - diálogo, sempre, por mais exaustivo que ele possa ser, a menos que o outro esteja fora da sua condição de racionalidade - é humano, inclusive). Algumas pessoas, em alguns momentos, têm essa morada compartilhada em pé de igualdade (quando dividem apartamentos com amigos: seja para morar fora do país, seja para estudar próximo à universidade, seja para simplesmente morar com amigos, independente da situação que se imponha, seja para a criação de uma autonomia); em todos os casos as regras precisam ser claras e bem distribuídas para que a convivência seja harmônica e agradável. É muito ruim quando nos sentimos "explorados" em relação a uma atividade/situação qualquer. Se podemos evitar, por que não? Toda a convivência demanda a criação de regras claras e possíveis de serem cumpridas.
- Cuidar do trabalho enquanto o provedor, ainda que ele não o seja, naquele momento. Devemos encarar a nossa atividade profissional como aquela que tornará possível a sustentação das nossas necessidades físicas (na saúde, na educação, na moradia, no lazer). Quando sabemos o que é importante para nós, fica mais simples de buscá-lo, ainda que esse simples não seja propriamente fácil de se alcançar. O que não podemos é desistir de buscar a nossa meta profissional e saber reconhece-la como aquela que tornará possível a realização dos nossos sonhos - sejam eles quais forem!
- Cuidar do entorno enquanto necessidade de existência política. O termo política nasceu de polis (cidade). Toda a cidade precisa de ações que tornem possíveis a convivência social, moral, de saúde pública, de educação, de habitação... Um entorno agradável gera pessoas melhores no convívio diário... Palavras como competência (principalmente o reconhecimento desta), alegria, esperança, cuidado, força, fé, "eu te acolho", "eu te amo" devem fazer parte dessa estrutura.
- Cuidar do par enquanto coisa nenhuma - o amor não têm uma finalidade, ele é a própria finalidade! Aqui, o cuidado é absoluta e irrestritamente singular a cada casal! Cada um deve saber o que é bom para a manutenção daquele afeto! A sua permanência só deve existir enquanto houver reciprocidade de respeito, admiração e amizade sustentados sobre o AMOR (alicerce). O casal que mantém essa tríade vai longe!
Sintetizando: cuidar de si, da sua casa, do seu trabalho, do seu entorno e do seu par são o princípio para a promoção de uma vida sem janelas quebradas, logo, sem invasões! ;-)
Crédito da imagem: http://www.photoshopcreative.com.br/mostratrabalho/galeria-57429.html
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