Qualidade Vivida

quarta-feira, 27 de março de 2013

"Somos do tamanho dos nossos sonhos" (Fernando Pessoa)

Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim, 
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.
(Fernando Pessoa)

Estou aqui hoje para responder a um amigo de infância, que estudou comigo no Colégio Piedade e que hoje é Pastor Evangélico.
Não entrarei no mérito das escolhas de fé de cada um de nós, pois quem me conhece sabe que carrego o lema de que acreditar ou não em Deus é igualmente uma questão de fé: nada prova que Ele existe, tampouco que Ele não existe! Ouvi isso de outro amigo muitíssimo religioso, pessoa que amo muito, admiro como intelectual e respeito como homem de fé (ele é profundamente católico, ex-seminarista, inclusive). Começarei pela imagem que escolhi para representar esse texto... O que enxergamos é realidade ou ilusão? Eu digo: depende! Depende do lugar de onde olhamos... É um avião ou uma gaivota de papel? Se eu vejo a sombra afirmo que é um avião. Se eu vejo a imagem eu digo que é uma gaivota de papel! A minha resposta estará correta dependendo do ângulo que eu a veja. Logo, pela imagem, eu posso afirmar que a verdade não pode ser encarada como absoluta! É preciso saber de qual lugar estamos falando... 
Partindo para Pessoa, com uma breve introdução de mim... O que sei de mim é pouco diante da minha vontade de conhecimento! Preciso acreditar em algo, em sonhos, são eles que me conduzem ao lugar possível de realização de alguns dos meus desejos... Sou movida pela dúvida existencial! Isso é horrível, podem acreditar. Carrego comigo uma angústia sem fim... Quando criança fui conduzida pelos meus pais à religião católica. Me criei na igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Todos os Santos, Rio de Janeiro. Por quase toda a minha adolescência acreditei fielmente em Deus e eu era Cristã! Até que li Freud - O Mal Estar na Civilização, aos 15 anos, pela primeira vez, e não entendi quase nada do que estava lendo. Mas confesso que fui invadida por um universo delicioso de contradição! Dali em diante foi impossível parar... Minhas maiores angústias sempre foram existenciais! Minha fé foi sacudida, desde então...
Hoje eu não sou Cristã, embora reconheça Jesus Cristo como um homem muito a frente de seu tempo e de uma sensibilidade fora do comum. Costumo me render diante de homens inteligentes e sensíveis! 
Deus para mim tem um sentido diferente daquele que a religião judaico-cristã prega! Deus para mim é Natureza em todas as suas formas de expressão: humana, animal, vegetal, mineral... Mas não é criador intencional. O Deus que eu concebo não age moralmente conforme uma vontade déspota e arbitrária. Não escolhe um homem ou qualquer outro ser da natureza em detrimento a outro. Todas as escrituras são obras humanas! Eu não acredito em liberdade como sinônimo de livre arbítrio, mas como capacidade de criação. A discussão aqui é puramente filosófica e não caberia neste contexto! Não acredito em destino (ele é inviável pelo seu próprio princípio, como descrevo na minha dissertação de mestrado), mas acredito em milagre! Como? Quando me debruço sobre o mistério que é a vida, por exemplo. Hoje, se eu tiver que me definir conforme o sistema de crenças eu diria que sou agnóstica! Até quando eu não sei... Evidente que tem a ver com o rumo que tomei na minha vida acadêmica! Faria tudo novamente... 
Agora, vamos ao que vocês estão querendo ler: as minhas considerações sobre o que o Pastor Antônio Silva escreveu no meu mural, no facebook, em resposta ao seguinte texto,meu:

"Pessoas, estou ficando intolerante e amarga - características que não me pertencem! Atribuo como inaceitável e inadmissível a permanência deste déspota presidindo a comissão. Leiam! Informem-se! Lutem! Cada um do jeito que pode... mas não aceitem mais essa barbaridade como nossa representação! Não é legítimo! O povo precisa ser soberano! Levamos décadas para tirar a Igreja do poder - foi uma idade inteira nas trevas! E outra vez estamos sendo ameaçados de uma retomada do poder? Isso é tão patético, que enquanto discutimos sobre um homofóbico e racista na presidência da comissão dos direitos humanos, uma instância ainda maior e mais grave age: pessoas estão desabrigadas, casas estão sendo construídas e derrubadas com o nosso dinheiro e as pessoas continuam sem ter um teto para morar, não porque não construíram um, mas porque foram vítimas da fúria da natureza. Famílias sendo dizimadas... E nós, mergulhados em impotências, propositalmente instaladas, só assistindo ao jogo de empurra entre os governos federal e estadual e a prefeitura! Outra reflexão que pretendo fazer, mas com muita prudência é sobre a cultura indígena! Mas jogo aqui uma provocação... Aliás... Tudo é uma provação! Não cabe compararmos o que estamos vivendo com a atuação do palhaço, no circo, posto que palhaço é o homem que ganha dinheiro para divertir, alegrar e não para manipular, roubar!"

AS - Cláudia, li seu texto e fiquei pensando... comento, ou não comento??? rsrsrs... então, resolvi comentar. Como a sua proposta é " Leiam! Informem-se! Lutem! Cada um do jeito que pode...", gostaria de compartilhar algumas informações que acho importantes. Sou meio sistemático, então, vou enumerar alguns tópicos para que eu não me perca no raciocínio, ok?
1) O pastor Feliciano não é bem quisto, de modo geral, no meio evangélico cristão. Isto eu falo em relação à sua dogmática, pensamentos teológicos. Eu, particularmente, nunca(há mais de 10 anos) gostei ou apreciei as suas pregações e pensamento teológico. Portanto, usar Feliciano para exemplificar os evangélicos é algo como usar Boff para representar o pensamento católico: é uma exceção, e não a regra. Porém, é certo que ele tem quem goste dele. Tanto que foi eleito com muitos votos, beeeeeem mais do que outros que o enfrentam, agora. Eu não votaria nele, nem permitiria que ele fosse meu "pastor".

CB - Fico feliz em saber disso!

AS - 2) O que ele falou, à época, que classificam de racismo, é sim uma barbaridade. Na época, comentei isso no facebook. Na verdade, foi uma grande idiotice teológica, que ele falou tentando demostrar o saber, mas foi idioticamente(permita um neologismo...rsrsr) refutado pelas lideranças evangélicas.

CB - Não acompanho as referências evangélicas. Mas fico satisfeita em saber que foi considerada uma barbárie!

AS -  3) Como deputado, eu jamais votaria nele. Porém, numa democracia, todos os votados nos representam. Eu jamais votaria no Jean Wyllys tb. Porém, ele representa o povo. Ambos. Todos. A vários. Na última eleição, por exemplo, não votei. Porque não me identifiquei com nenhum representante. É um direito. Portanto, dizer: "não me representa" é inútil, diante de uma democracia.

CB - Certamente e eu concordo com você (aliás, aqui, não é nem questão de concordar ou discordar, posto que estamos tratando do princípio democrático)! O que coloquei no meu mural, dizendo que o pastor Feliciano não me representa, foi apenas a forma que encontrei (momento de desespero total) de chamar a atenção para algo que é repugnante: um homofóbico e racista a frente da comissão de direitos humanos! Estamos diante de uma idiossincrasia, na melhor das hipóteses! Sinto muito pela forma inadequada que me expressei, e embora sinta assim, não é assim que as coisas funcionam! Para isso, votamos e escolhemos nossos representantes. Mesmo que o meu não seja eleito, o eleito me representa!

AS - 4) Reinaldo Azevedo, colunista de Veja, diz algo muito pertinente: "A parte chata da democracia é que ela existe também para quem discorda de nós…" Plena verdade! Se, no lugar de Feliciano(repito: não gosto de suas atitudes pastorais, de muitas de suas falas, muito menos do seu jeito metrosexual de ser..rsrsr), estivesse um "progressista", não haveria protestos, e sim celebração. Mas, e o direito dos outros? Eu, e mais um monte, não só de religiosos, não só de evangélicos, somos sim, contrários ao aborto, ao ativismo gay, e a várias posturas do nosso tempo. Sou contra a violência contra os heterossexuais tanto quanto contra os homossexuais. A lei é para todos. Ou seja: todos têm direitos. Não só uns. Não só outros.

CB - Quando estamos falando de política, estamos tratando de assuntos referentes à Ética na vida pública da sociedade, muito embora a ética e a política tenham sido separadas, por Maquiavel, exatamente para tentar tirar do espaço público as questões da vida privada! Infelizmente, até hoje não encontramos o caminho para aproximá-las! Quando eu digo que as questões religiosas não podem invadir o espaço público, afirmo isso por todas estas razões que você apresentou! No espaço público só cabe discussão da ordem da razão! Deus não está na ordem da razão! O aborto é uma questão eminentemente religiosa. O gay não é doente por sentir atração sexual pelo mesmo sexo - a ciência também pode explicar isso - também não é gay porque quer - ser ou não gay não é uma questão de escolha, mas de tendencia orgânica hormonal, de cada um (uma das possibilidades). E como você, sou contra a qualquer tipo de violência! Impedir a união matrimonial entre duas pessoas, que se amam, por exemplo, para mim É UMA VIOLÊNCIA! NINGUÉM tem o direito de dizer com quem eu posso ou não me casar, por exemplo! Vale lembrar que por razão eu entendo todo o ato de organização do pensamento e por isso, a capacidade exclusiva da humanidade em construir história e fazer ciência, transformando assim a sua realidade; nem por isso somos melhores ou piores que qualquer outro ser da natureza, apenas diferentes (mas esta é uma posição minha, privada)! 

AS - 5) Finalizando, com outro texto de RA, fazendo uma proposta interessantíssima: "Uma proposta: PSC deveria convencer Feliciano a renunciar, mas com uma condição: que todos os deputados enroscados com a Justiça, inclusive peculatários e corruptos, deixassem todas as comissões e a Mesa Diretora da Câmara. Henrique Eduardo Alves topa?" - Esta pergunta-proposta evidencia que o que está em jogo não é a moralização. E sim, os interesses de um grupo específico, que impediu que um tema tão relevante como "saúde mental" fosse levado a pauta, em função de manifestações desmentidas...

CB - Concordo com a sua quinta questão, em seu argumento!

AS - Concluo, expressando que não concordo com as atitudes e falas de Feliciano, muito mais como pastor, e tb como deputado. Mas a democracia permite e é o meio de se ter gente com pensamento diferente no lugar de debates: a Câmara. Corremos o risco de, por causa de um pretexto desses, vermos implementada uma ditadura de opinião: se for religioso, nós combateremos - JW já se manifestou assim. Faltou um detalhe: você citou no seu texto que "Não cabe compararmos o que estamos vivendo com a atuação do palhaço, no circo, posto que palhaço é o homem que ganha dinheiro para divertir, alegrar e não para manipular, roubar!" Não sei se vc se referiu ao lado "pastor", como a maioria se refere, ou se vc se referiu ao lado deputado. Em relação ao lado "deputado" realmente me parece que a corrupção corre solta, e deve ser difícil observar uma exceção. Porém, quanto ao lado pastoral, essa é uma frase comum, e quem a usa não conhece o ofício pastoral. Alguns(pastores) realmente dão péssimo exemplo. Porém, generalizar é incorrer em erro. Conheço muitos pastores honestos e que não se locupletam do capital. Pelo contrário. Se quiser, terei maior prazer em lhe apresentar pelo menos uns 10. Ou mais. Há os pilantras? Sim, claro! Como há entre os pais de santo, os padres, os advogados, os médicos, etc.

CB - São as diferenças que nos fazem crescer! Porém, a política não pode ser invadida pelas questões da religião, como acabei de explicar! As diferenças precisam ser de outra ordem: saúde pública, educação, moradia... Jamais assuntos relacionados à fé religiosa! Sinto muito Antônio Carlos, mas dentro da minha casa, quem decide o que é bom ou não para minha vida sou eu! Se uma filha minha decide se casar com outra mulher o assunto é de total decisão dela e não da câmara dos deputados, por exemplo!
Eu não comparei  a prática dos pastores com a dos palhaços! A minha referência foi para o político corrupto! Leio em diversos lugares esta comparação que muito me incomoda! Acho leviana a comparação, por isso defendi os palhaços! E confesso que ficou meio sem sentido... texto mal acabado...

Ao Antônio, meu carinho e respeito como cidadão, mas principalmente como amigo de infância!

14 comentários:

  1. .
    Claudia,

    Como falei no face, achei melhor comentar aqui. Não gosto de debates acalorados, insensatos. Mas adoro compartilhar ideias! Respeitando mutuamente, claro! E percebi que fui bem recebido, e seus contrapontos são ótimos. Por isso, queria tanto continuar a prosa..rsrsr

    Quanto ao item 1, eu afirmei assim porque sei que os não evangélicos geralmente não tem esse tipo de informação, que é, no meu ponto de vista, altamente relevante. Sacerdotes que agem errado no catolicismo maculam os outros sacedotes, que são íntegros; no evangelicalismo brasileiro(bem desfigurado do protestantismo da Reforma - isso é outro assunto..rsrsr) há críticas severas a comportamentos de alguns. Infeliciano (rsrs) é um deles, no aspecto pastoral (estou falando de teologia, não política, neste momento). Outros exemplos são os que estão na mídia, infelizmente: Macedo, Valdomiro, etc. Parafraseando vc, e entendendo o seu espírito, também digo, acerca da teologia praticada por estes: Não, não me representam!!! Não!!! rsrsr.

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  2. Obrigada! É sempre muito bom quando podemos exercer a democracia! E dialogar com você foi produtivo para os meus leitores e também para os seus, tenho certeza disso! Além do mais, agradeço esta oportunidade, única e sublime! Beijos...

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  3. .
    Em relação ao no. 2, pois é... foi uma barbárie!!! Existem outras muitas, deste e de outros autores, com os quais os que se aprofundam um pouco mais em Teologia refutam facilmente.

    Em relação ao item 3, nós concordamos. Sim, eu entendo o teu espírito, no sentido de "desespero" e o seu grito. No fundo, também é o meu. Porém, o que certamente divergimos são pelo menos duas coisas:
    1) Em minha opinião, quem o ataca não é, eticamente falando, nada melhor do que ele;
    2) Repito RA: o tipo de incoerência apresentada nesta situação, encontra-se em vários outros locais da Câmara e do Senado. Renan Calheiros na presidência é uma piada triste. Genoíno e JP Cunha na comissão de ética é absurdo, em função das condenações. Repare que não estou me posicionando partidariamente, mas sim apontando condenações. Não me iludo com partido algum.
    Concluindo, vejo nesta comissão um absurdo igual a outras. Vai-se então manter todas no erro? Isto justifica o caso "Infeliciano"?? NÃO. O que penso é que:
    - Neste caso, há uma militância por uma causa. Conforme informações do O GLOBO, JW disse que o problema não é substituir o "pastor", mas sim não permitir que qualquer "fundamentalista" entrar como presidente. Trocando em miúdos, me dá a sensação de que só se calarão se for um deles(dos que lhe aprazem). Isso não é democracia, e tem um outro nome.

    Me causa espanto um religioso(de qualquer religião cristã) não poder ter opinião. Como tb RA citou(e ele não é evangélico, e sim católico), ele - e eu - não concordamos com a maioria das ideias do Infeliciano, mas sabotar a sessão é um tipo de preconceito que existe, sim, contra os evangélicos e contra os pastores.
    Por pura falta de informação. Ou má informação, que causa distorção.

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  4. Pois é, Antônio... Sempre defenderei a mesma tecla, neste caso: a ética defende os assuntos da vida privada. Ela é singular como ponto de partida e sua base é construída pelos valores de cada um! A política diz respeito aos assuntos da vida pública! Aquilo que cabe à política defender é única tão somente referente à ética na sua condição de manutenção da ordem pública através da moral social! Impossível discutir sobre assuntos que dizem respeito às religiões, na vida pública do país! O aborto, por exemplo, é uma discussão delicadíssima para entrarmos nos méritos da religião! Aliás, tão sério como a eutanásia! A posição dos religiosos é unânime: são contra! Porém, diz respeito à vida de quem carrega a criança no ventre e da própria criança. Está além das crenças! Esse assunto é da ordem da ética, não da política! Bem, é assim que eu penso... E aí, precisaríamos dialogar com vários autores...

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  5. Em relação ao item 4, alguns pontos de meu pensamento precisam ser clarificados:

    1) Retirar a ética da política, na minha opinião, é impossível; tampouco retirar os conceitos religiosos - ou ateístas, ou agnósticos - das decisões dos humanos. São intrínsecas!
    2) Não penso que ser gay é uma doença;
    3) Penso que os homossexuais tem todo o direito a união civil, Todas as prerrogativas jurídicas. Porém, penso que o casamento, ou matrimônio(para a igreja Católica Romana) é algo iminentemente, sim, religioso. Portanto, cada religião(ou denominação) deve expressar a sua posição em relação ao casamento. Lembro que já existem religiões que fazem a celebração de casamento homossexual antes mesmo de haver a União Estável, pelo TRF. Inclusive em denominações (pseudo)cristãs, tb há. Portanto há opções. Ao mesmo tempo que não se pode privar o casal homossexual dos seus direitos, também há de não se privar uma religião(ou igreja, ou centro, seja lá o que for) de viver os seus dogmas. Respeito é sempre uma via de mão dupla.
    4) Penso que ser homossexual é um comportamento, não uma definição hormonal(nunca li nenhuma literatura séria a respeito) tampouco genética(também não há literatura fechada a respeito); o que há são teses. E teses não são, necessariamente, verdades. Penso eu que se estas teses tivessem mais consistência, já estariam sendo usadas muito mais largamente pelo ativismo gay(que é eficiente, diga-se de passagem - porém não significa "intelectualmente honesto", como tanto fala um dos seus líderes).
    5) Aborto, para mim e para o Código Civil, não é uma questão meramente religiosa. É crime. Embora esteja em curso uma tremenda campanha que visa modificar isto. Mas é crime, Não uma questão religiosa. Tem também fundamentos religiosos? Claro! Tem fundamentos de pessoas ateístas defendendo a liberação? Sim!! O chato da história é que dá a sensação de que, por ser cristão, a pessoa não é inteligente, não tem direito de pensar, e nem de argumentar. Vejo que vc não pensa assim, tanto que estamos dialogando. Mas no dia a dia sinto essa repulsa na carne.
    A alcunha "fundamentalista" é utilizada como ofensa. Porém, para cristãos, ou muçulmanos(que também são contrários ao homossexualismo, de modo violento, e diferentemente dos cristãos equilibrados, bíblicos), p.e., ser fundamentalista significa ser fundamentado, Ter fundamentos, E isto não significa somente dogmas de fé. Mas sim, estudo. E muito estudo.

    Vamos em frente!!!

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  6. Na quinta questão, estamos irretocáveis..rsrsr

    Na sexta, há algumas coisas bem interessantes.

    Sim, as diferenças nos fazem crescer. E a gente aprende. Desde o Colégio Piedade..rsrsr..

    Releia o que escrevi no face, e verá que comento sua postagem muito mais no aspecto político do que religioso. Eu, pessoalmente, sou contrário a um pastor se candidato ao que quer que seja. Nem a síndico!!! rsrsr..

    Não voto em candidatos por sua religião, muito menos permito, na igreja que pastoreio, que se cite o nome de qualquer político. Não lido com meus irmãos da fé como um curral eleitoral. Provavelmente alguns deles lerão isto, e sabem da veracidade. Conheço também vários pastores que se posicionam assim.

    Querida, em momento algum falei que dentro de sua casa deve haver ingerência, seja do deputado, do pastor, do médico, do porteiro... nem na minha. Como diz a música de Caetano, "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..."

    Claro que vc, sua filha, eu, meus filhos decidimos nossos atos. Também sabemos que todas as nossas decisões implicam em benefícios, responsabilidades, conflitos(muitas vezes) e ônus, tb.

    Em relação à sua comparação políticos-palhaços, realmente deu duplo sentido, Como eu, depois de 18 anos de ministério pastoral(que não é profissão, mas sacerdócio) já estou escolado, e sei, e já ouvi, e meus filhos cresceram ouvindo que "todo pastor é ladrão"...rsrsrs... resolvi me adiantar e esclarecer. Acredito, realmente, que vc não quis dizer isso em relação aos pastores.

    Mas pressuponho que você e muitos não conhecem muita gente séria que conheço. Gente muito boa, e digna, que é sim, afetada pelos aloprados que aparecem na mídia.

    Mas..

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  7. Por último, por ora..

    Um papo filosófico...rsrsrs...

    Você abordou a questão da foto, ilustrando a ideia de uma verdade ser relativa, e não absoluta. Ok.

    Na foto em questão, eu posso te garantir que há um efeito de photoshop, uma montagem... kkkkkkkkk.... então, há uma verdade: alguém montou isto. kkkkkk... Porém, voltando ao assunto.

    Por muito tempo pensei como você. Inclusive ouvi de um homem que já foi meu líder(pastor), que "toda história tem pelo menos três lados: o de um, o de outro, e a verdade." Ele citava isto em função de aconselhamento conjugal.

    Em épocas de Relativismo Cultural, em que as teses de Antonio Gramsci estão no topo (se nunca leu, recomendo que leia Cadernos do Cárcere), tudo é relativizado.

    Para se ter uma ideia, o assunto em voga aqui discutido é: os intolerantes, que exigem tolerância, não toleram alguém que mostrou ser intolerante... Ups!!!

    Os que mais exigem tolerância(de todos os lados) de vez em quando se mostram os mais intolerantes.

    Bom, penso que a verdade é sim, absoluta. Pode haver várias versões, vários pontos de vista, mas elas não invalidam o fato da verdade em essência. Pode-se nunca encontrar a verdade, mas isto não significa também que ela não exista.

    Para você ter uma ideia de que as verdades são absolutas, perceba que aqueles que afirmam que "todas as verdades são relativas", estão, no ponto de vista deles, afirmando com certeza, de forma absoluta. Mas não significa que estejam corretos.

    Portanto, eu, particularmente, aprendi a perceber que existe, sim, uma verdade, que é absoluta e que precisa ser buscada. No dia a dia. Nas coisas da vida. Não estou falando somente do divino. Estou falando de olhares, atitudes, decisões. A verdade transcende a minha ótica, a minha opinião. E, assim, sigo aprendendo.

    Recomendo um livro "de crenti" (rsrsr) mas escrito por um cientista: "Não tenho fé suficiente para ser ateu". Ele argumenta, maravilhosamente sobre este tema usando o pressuposto ateísta e agnóstico: a lógica. A lógica científica.

    Aliás, um outro dado importante é que Teologia é ciência. Estudo Teologia há uns 20 anos, como autodidata, e de uns 2 anos pra cá faço Faculdade de Teologia, com certificado de bacharel emitido pelo MEC. Eles reconhecem Teologia como ciência.

    Quero dizer do meu carinho e respeito por ti, e tuas opiniões, Respeito muitíssimo!!! E é um prazer compartilhar contigo, e quiçá com um dos teus leitores.

    Termino parafraseando a amiga:

    "À Claudia, meu imenso carinho e respeito como mulher, cidadã, querida, inteligentíssima, mas principalmente como amiga de infância!"

    Estou doido para chegar dia 01 de Maio, mas não falaremos do Infeliciano!!! kkkkkkkkkk

    Beijos, lindona!

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  8. Claudia,

    Gostaria de sugerir dois vídeos para você. Estou fazendo isto numa postagem a mais, para que se sinta livre para publicar ou não.

    Um, é de Luiz Mott, fundador e "decano" da ALGBT. Numa entrevista ao Jô, ele mostra, "deixando escapar" que homossexualismo é comportamento. Vou colocar o link da entrevista editada, mas se vc quiser, é só buscar no Youtube que verá que a edição não tirou do contexto.

    http://www.youtube.com/watch?v=jS5GNJxc1T4

    Outro, é uma ultrassonografia de um feto de 12 semanas sendo abortado. É chocante, mas real. O vídeo é antigo, mas acho que mostra que o aborto é uma questão além da dogmática religiosa. O vídeo foi feito por um médico, não necessariamente religioso. Ele não demonstra sua crença religiosa.

    http://www.youtube.com/watch?v=th9Ew8aHnXo

    Beijos!!

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  9. Sobre a sexualidade existem várias questões! Na antiguidade, a homossexualidade era aceita pela sociedade e incentivada. Existe, evidentemente, a questão social! E talvez seja a mais forte de todas. Aí sim, é comportamento. Eu, em especial, aceito as proposições desde que estejam coerentes. Não falei que a homossexualidade era uma questão genética, disse que é uma tendência orgânica hormonal. Faltou incluir o "inclusive", ou "entre outras possibilidades". No fundo, não acho relevante buscarmos as razões pelas quais o gay é gay! Eu não fico pensando nas razões pelas quais eu sou hetero! Uma coisa quero que fique clara é que não é uma questão de escolha! Ninguém escolhe ser gay ou heterossexual!
    Quanto ao aborto, seria, no mínimo, muito leviano da minha parte partir para uma discussão tão séria por aqui... Já li muita coisa sobre o assunto. Tenho a minha opinião formada! Crime? Mais um termo que teríamos que discutir drasticamente...

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  10. Oi, lindinha....

    Bom, citei a questão genética do homossexualismo porque é um dos argumentos mais proeminentes. Mas percebi que vc não usou este argumento, e sim o da questão hormonal. Ok.

    Também não acho relevante buscarmos as razões pelo qual um gay é gay. Porém, acho relevante analisar que um decano do ativismo gay declara num programa televisivo a seguinte afirmação: "Nós amamos vocês, heterossexuais. Nós precisamos de vocês, para que REPRODUZAM filhos para que se TORNEM homossexuais." 3'05" do vídeo. Isto(aliado ao kit gay, por exemplo) não é liberdade para que a pessoa seja ou não homo ou hetero. É sim, doutrinação. (escrevi em caixa alta para ressaltar, não gritar).

    E aí, eu faço minhas as suas palavras: eu(como vc e tantos outros, com opiniões diferentes) tenho o direito de que os meus netos não sejam doutrinados sistematicamente com ideologia homossexual.

    Quanto ao aborto, postei o comentário e o vídeo para que vc compreenda que não é uma questão religiosa. É uma questão que envolve saúde pública, direitos - da mulher e da criança, morte, crime(sim, é crime na maioria dos casos, Claudia), e um método contraceptivo bárbaro(para muitos casos, não todos). Mas, ok, não vamos por aí.

    Bjs.

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  11. Batemos o record de visualização no meu blog... rsrsrs e olha que tem um post meu sobre os matemáticos que rende até hoje!!!! Acho ótimo!
    Pois é... Não faço apologia a coisa alguma, Antônio! Só salientei o lugar da política! Não sou radical, porque o radical é aquele que vai à raiz da questão, conhece profundamente sobre o que fala e eu, bem... profundamente só conheço as minhas angústias... É de lá que brotam as minhas necessidades de conhecimento sobre a vida! Nunca fiz aborto, mas consigo me colocar no lugar de mulheres que sofreram estupro, por exemplo, e a criança acaba sendo um produto infeliz daquela circunstância. Crianças desajustadas e sem amor parental acabam sofrendo muito e não conseguem experimentar nenhuma fração de felicidade, apenas alegrias superficiais(raras), algumas (aquelas que não morrem antes) se transformam em pessoas violentas (tanto quanto a vida foi para elas)... Cada caso é um caso e precisa ser analisado com muita cautela, respeito e dignidade. A apologia em um ou outro caso é sempre negligente com o respeito e com a capacidade de criação (liberdade) do ser humano.
    Como em qualquer meio social, existem os líderes mal intencionados... Infelizmente... É humano! Acho que o nosso papel é esse: denunciá-los! Da forma que for e que pudermos, sem que atuemos de maneira desrespeitosa conosco ou firamos os princípios da vida, em outras palavras: com a ética!
    Bjs.

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  12. .
    Claudinha,

    Fico feliz de saber que houve visualizações. Seu texto realmente é muito bom, e os assuntos, muito pertinentes.

    Penso que cada um de nós vive cada dia de uma forma diferente. Hoje mesmo, lendo Augusto Cury (O Mestre dos mestres - Ed. Sextante), ele disse exatamente isso. Todos os dias a gente se informa, e forma... por isso, radicalismo, quando sinônimo de inflexibilidade é perigoso e pode ser até fatal - emocionalmente, profissionalmente, etc.

    Porém, todos nós temos as nossas convicções, e, utilizando sua frase, nossas raízes. O nosso histórico familiar é uma delas - penso ser a principal.

    Em relação ao aborto, claro que cada caso é um caso! Tanto assim o é, que a própria lei distingue o fruto de um estupro de um caso de método anticonceptivo. O primeiro não é crime; o segundo o é. Isto segundo o código penal (brasileiro). Isto não é ser radical: é lidar com um dado de realidade.

    Essa verdade (de ser crime, pelo menos por enquanto) é absoluta. Qualquer advogado ou juiz de Direito confirmará isso. Se haverá punição ou não, ou se algum dia não for mais um crime, então será outra verdade.

    Sim, existem os líderes mal intencionados. De parte a parte. No caso da CDH. tenho convicção absoluta de que tanto MF quanto JW tem, como uma das suas intenções nada nobres, angariar mais votos nas próximas eleições. Nenhum dos dois(ou demais) é filantropo.

    Denunciá-los sempre! E isso, é apologética(diferente da apologia!). Apologética é uma disciplina do currículo de Teologia das que eu mais gosto e leciono. Abordamos, nas aulas, as questões dogmáticas relativas à eclesia brasileira. Isto no campo religioso - cristianismo.

    Mas, embora vc não faça apologia disso ou daquilo(acredito!), as pessoas envolvidas neste processo, e que aparecem na mídia eletrônica, digital e impressa são verdadeiros sindicalistas. Acabam, inclusive, por querer transformar a CDH numa comissão de CDG.

    A pluralidade é rica e democrática.

    Bjs.

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