Qualidade Vivida

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sobre o ressentimento

“E nenhuma chama nos devora tão rapidamente quanto os afetos do ressentimento. O aborrecimento, a suscetibilidade doentia, a impotência de vingança, o desejo, a sede de vingança, o revolver venenos em todo sentido [...] O ressentimento é o proibido em si para o doente – seu mal: infelizmente também sua mais natural inclinação.” Ecce Homo, Por que sou tão sábio, 6. (NIETZSCHE)

Acordei hoje com um email que tinha como epígrafe essas palavras do Nietzsche... aproveito para falar disso!
Dedico minha vida a mim mesma e em seguida disso àqueles que me são mais próximos e queridos. Mas confesso que na minha juventude fui tomada por ressentimentos... Nada me fez sofrer tanto na vida quanto o ressentimento. Precisei olhar para mim profundamente para me livrar dele e consegui! Mas, o que significa ressentimento? O sentido do termo é o de sentir novamente, voltar o sentimento anterior e mantê-lo aprisionado dentro de nós. Uma espécie de cativeiro do sentimento... Como isso é ruim para quem sente! Não, definitivamente nenhum ser humano merece viver ressentido... libertar algo que nos faz mal é um dever que temos conosco. Comemos comidas estragadas por livre e espontânea vontade? É mais ou menos isso... ressentimento é como comida estragada... faz mal ao corpo, cria doenças, traz amarguras, nos deixa de mal humor, nos torna intolerante, nos impede de ver a realidade de maneira mais simples, nos coloca esquizofrênicos da situação... Ver coisas onde não existe é patológico e reverbera em nós como um câncer. Por que desejarmos um câncer se podemos desejar beijos, abraços, carícias, amor... fomos feitos para amar, o resto é resto e como tal deve ser jogado fora... Não somos lixeiras! Desprezemos tudo aquilo que nos faz sentir quem não somos... mas para isso é preciso saber quem somos... daí, quando sabemos dos nossos atos, somos capazes de devolver para o outro o que é dele e não nosso... Assim devemos fazer com o ressentimento: devolve-lo para quem é de direito. E sejamos felizes, aqui e agora...

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