Qualidade Vivida

terça-feira, 31 de maio de 2011

Sobre o medo...


Ah, o medo...
Quando eu tinha meus 4 ou 5 anos eu acreditava que embaixo da minha cama tinha uma mão que me pegaria no meio da madrugada... Muitas madrugadas eu passei para cama dos meus pais com medo da "mão" que ficava sob a minha cama... Eu tinha medo de ter medo! Que pavor que eu tinha quando a noite ia chegando... Conforme fui crescendo esses medos foram desaparecendo e eu fui percebendo a importância do medo de realidade - aquele que nos protege do perigo que é real. Quando estou dentro de um ônibus, por exemplo, e meu coração aperta porque entrou um passageiro com atitudes suspeitas eu desço no próximo ponto; quando estou na praia procuro sempre ter minha bolsa ao meu lado e se o movimento ao meu redor fica diferente e meu coração dispara recolho as coisas; quando estou em algum lugar público e sai uma confusão qualquer me afasto imediatamente... Assim vou me protegendo dos perigos que a vida vai apresentando. O mais importante é que sempre escuto os sinais que o meu coração dispara. Duvido da minha razão, mas não do meu coração. Não sei explicar porquê, mas fico bem atenta aos apertos no peito, mais do que às minhas elucubrações... sempre pensei demais, mas me considero uma pessoa que foi preparada mais para sentir do que para pensar!
O coração é o órgão que bombeia sangue para todo o corpo; graças a ele o nosso cérebro recebe o sangue suficiente para enviar os comandos necessários para o resto do corpo. Minha intuição diz que é no coração que está o ponto de partida para bom funcionamento do nosso organismo, se isso é ou não adequado eu não sei, mas aprendi a ouvir e olhar com o coração... Aprendi a reconhecer os sinais que esse músculo nos envia - no amor e no temor. Por conta disso, sinto medo sim, mas não paraliso por causa dele... Quando me dou conta de que estou com medo dou a ele a atenção que ele merece. Ao acolhe-lo ele fica tranquilo e me ajuda a cuidar de mim... os meus medos não são meus inimigos... eles me protegem... Os meus inimigos são os medos alheios... aqueles que tentaram imputar na minha vida - a mão escondida em baixo da minha cama, por exemplo! 

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